DERMATOLOGIA CLÍNICA

ACNE

Espinhas e cravos surgem devido inflamação das glândulas sebáceas e dos folículos pilosos. Acomete desde jovens até adultos. Os sintomas são: oleosidade, comedões (cravos), pápulas (espinhas vermelhas), pústulas (espinhas com pus) e nódulos/cistos (espinhas internas).

Uso de corticoide, vitaminas, exposição solar exagerada, uso de produtos gordurosos, stress e o hábito de mexer nas espinhas podem piorar o quadro. O tratamento é variado: em formas leves usado produtos tópicos (sabonetes, ácidos e antibióticos).

Casos moderados é associado ciclos de antibiótico oral de 1 a 3 meses. Casos resistentes ou tendência para cicatrizes a isotretinoína (“roacutan”) deve ser usado precocemente.

Câncer de Pele

O câncer de pele é o mais frequente no Brasil, representa 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil. O tipo mais comum, o câncer da pele não melanoma, tem letalidade baixa, porém, é muito frequente. O tumor é provocado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Essas células se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer.

Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele.

O câncer da pele pode se assemelhar a pintas, alergias ou outras lesões benignas. Assim, conhecer bem a pele e saber em quais regiões existem pintas e sinais, faz toda a diferença na hora de detectar qualquer irregularidade. Somente um exame clínico feito por um médico especializado ou uma biópsia podem diagnosticar o câncer da pele, mas é importante estar sempre atento aos seguintes sintomas:

Uma lesão na pele de aparência elevada e brilhante, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente;

Uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho;

Uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.

Dermatite Atópica

É uma doença  inflamatória crônica da pele muito comum que afeta pacientes desde os 4 meses até a idade adulta. A pessoa tem predisposição à ter manifestações respiratórias como rinite, bronquite e asma.

A causa exata é desconhecia mas envolve fatores genéticos, alteração no sistema imune e fatores ambientais.

A característica principal da doença é uma pele muito seca importante  e muita coceira.

Em crianças pequenas a área mais afetada é o rosto com manchas secas e escamosas no couro cabeludo, na testa, ao redor dos olhos e bochechas. Com a idade a doença manifesta na pele do corpo também com preferência por áreas de dobras (atrás do joelho e dobra do braço).

É comum a pele ter áreas esfoladas causadas por coceira, alterações na cor, vermelhidão ou inflamação da pele, áreas espessas ou parecidas com couro, que podem surgir após irritação e coceira prolongadas.

O objetivo do tratamento visa o controle da coceira, a redução da inflamação da pele e a prevenção das recorrências. Devido à pele ressecada, a base do tratamento é o uso de hidratantes. Quando ocorrem crises é necessário tratamento com medicamentos tópicos, normalmente, é empregado um creme ou uma pomada de cortisona (ou esteroide). Esse medicamento deve ser de uso restrito, devido aos seus efeitos colaterais.

Dermatite de Contato (alergias de pele)

É uma reação inflamatória na pele decorrente da exposição a um agente capaz de causar irritação ou alergia. Existem dois tipos de dermatite de contato:

– Irritativa: causada por substâncias com ph diferente da pele, como sabonetes, detergentes, solventes ou outras substâncias químicas. Pode aparecer na primeira vez em que entramos em contato com o agente causador.

– Alérgica: surge após repetidas exposições a um produto ou substância, depende de ações do sistema de defesa do organismo, e por esse motivo pode demorar de meses a anos para ocorrer. Essa forma de dermatite de contato aparece, em geral, pelo contato com produtos de uso diário e frequente, como perfumes, cremes hidratantes, esmaltes de unha e medicamentos de uso tópico, metais. As lesões da pele acometem o local de contato com a pele, podendo se estender à distância.

Os sintomas são variáveis e dependem da causa: ardor ou queimação, coceira, pele seca, vermelha e áspera, sendo que fissuras podem se formar no local.

O diagnóstico pode ser esclarecido pelo teste alérgico de contato (patch-test).

O tratamento de casos leves consiste no uso de cremes contendo corticosteroides e antialérgicos orais.

Evitar o agente que causa dermatite de contato é a chave para a prevenção.

Dermatite Seborreica

É uma inflamação na pele que causa principalmente descamação e vermelhidão em algumas áreas da face, como sobrancelhas e cantos do nariz, couro cabeludo (Caspa)  e orelhas. É uma doença de caráter crônico, com períodos de melhora e piora dos sintomas. 

A causa não é totalmente conhecida, e a inflamação pode ter origem genética ou ser desencadeada por agentes externos, como alergias, situações de fadiga ou estresse emocional, baixa temperatura, álcool, medicamentos e excesso de oleosidade. A presença de fungos também pode provocar a doença. 

A doença não é contagiosa, não é causada por falta de higiene e não é uma alergia. O diagnóstico é feito clinicamente e em alguns casos é necessária a realização de alguns exames clínicos, como o micológico, a biópsia e o teste de contato. O tratamento precoce das crises é importante e pode envolver as seguintes medidas: lavagens mais frequentes; interrupção do uso de sprays, pomadas e géis para o cabelo; o não uso de chapéus ou bonés; o uso de xampus que contenham ácido salicílico, alcatrão, selênio, enxofre, zinco e antifúngicos; o uso de cremes/pomadas também com antifúngicos e, eventualmente, com corticosteroide, dentre outros especificados pelo dermatologista.

Disidrose

É um tipo de dermatite caracterizada por bolhas pruriginosas nas palmas das mãos ou plantas dos pés. As bolhas têm geralmente de um a dois milímetros de diâmetro e curam-se ao fim de três semanas e em muitos casos são recorrentes.

Desconhecem-se as causas da doença. Entre os fatores desencadeantes estão alérgenosstresse físico ou psicológico, lavar as mãos com frequência e meses de calor pois com frequência se associa à hiperhidrose.  O diagnóstico geralmente baseia-se nos sintomas e na observação das lesões. Tratamento geralmente com medicações tópicas é resolutivo.

Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs)

As DSTs – doenças sexualmente transmissíveis – são doenças que se espalham de uma pessoa para outra através do contato sexual genital, anal ou oral e são de ocorrência muito comum.

Tipos de DST:

Vírus do herpes simples
Produz pequenas bolhs que coçam inicialmente e depois tornam-se dolorosas nas áreas genitais e podem recorrer. A doença é transmitida de uma pessoa para outra por contato de áreas genitais ou não genitais ou de contatos físicos íntimos. 

Recaídas são tratadas e terapia pode também ser dada para diminuir a possibilidade da transmissão, quando não existem sintomas.

Verrugas genitais – HPV
O vírus do papiloma humano (HPV) causa lesões na forma de verrugas, lembrando uma pequena couve-flor, que crescem em tamanho e número e são transmitidas pelo contato de uma pessoa a outra. Certos tipos de HPV podem produzir lesões enegrecidas ou da cor da pele e pode estar associadas ao câncer de colo de útero. O HPV pode ser detectado durante o exame físico. Em mulheres grávidas infectadas, os recém-nascidos podem ser infectados durante o parto e precauções devem ser tomadas para evitar essa contaminação.
Verrugas são tratadas por métodos cirúrgicos ou químicos e podem reaparecer após o tratamento o que requer múltiplas visitas ao médico dermatologista.

Molusco contagioso
Produz pequenas bolinhas brilhantes que se espalham no contato da pele. Pode ser transmitido de maneira não sexual em crianças. O molusco geralmente pode aparecer isoladamente em indivíduos adultos saudáveis, mas podem se tornar persistentes e até mesmo se espalhar. Existem muitos tratamentos efetivos incluindo, curetagem, criocirurgia e medicações tópicas. Como todas as doenças, todas as possibilidades de contato e fontes de infecção devem ser avaliadas.

Chato ou piolho pubiano
São pequenos parasitas que infectam os pelos pubianos e causam prurido, botando pequenos ovos no folículo piloso, e, a infestação continua até ser tratada com medicação que mata esses parasitas. Higiene adequada é necessária para eliminar o problema tanto quanto prevenir a reinfecção. A fonte da infecção deve ser encontrada e tratada

Clamídia
É uma infecção que pode causar saída de secreção da vagina ou pênis mas pode não ter sintomas, tornando-a indetectável. Sem sintomas, a infecção pode rumar para uma doença inflamatória pélvica em mulheres que podem dificultar uma gravidez. Se uma mulher com clamídia engravida, o recém-nascido pode ser infectado. Após a cultura, a clamídia pode ser curada por antibióticos. Entretanto, diagnóstico e tratamentos precoces são importantes.

Gonorreia
Pode não ter sintomas, pode produzir uma descarga de secreção amarelada da vagina ou pênis ou produzir sensação de queimação durante a micção, podendo causar doença inflamatória pélvica e esterilidade em mulheres. Se a mulher com gonorreia engravidar, o recém-nascido pode ser infectado durante o parto. Diagnóstico correto, seguido de tratamento com antibióticos é necessário. O parceiro também precisa ser tratado.

Sífilis
Causa úlceras não dolorosas mais frequentemente nos genitais e boca. São lesões avermelhadas podem evoluir se não tratadas. Sífilis pode afetar o coração, vasos sanguíneos, cérebro e sistema nervoso. Uma criança pode se tornar infectada durante a gravidez. A sífilis pode ser curada com antibióticos e o parceiro também precisa ser tratado.

Hepatite B e C

Tanto a hepatite B, quanto a C podem ser transmitidas sexualmente. Hepatite B pode causar febre, dor muscular, vômito, diarréias e danos hepáticos. Essa é a única doença sexualmente transmissível que pode ser prevenida com vacina. O sintoma principal da hepatite é a coloração amarela da pele chamada icterícia. Já a hepatite C é a causa mais comum de doença hepática crônica e pode evoluir para transplante hepático. Não há vacinas para preveni-la.

Envelhecimento

A sua saúde e a aparência da pele estão diretamente relacionadas com os hábitos alimentares e o estilo de vida.

POR QUE A PELE ENVELHECE?

A pele é o órgão que mais reflete os efeitos da passagem do tempo. A radiação ultravioleta, o excesso de consumo de álcool, o abuso de tabaco, a poluição ambiental, dentre outros, são também fatores que “aceleram” o trabalho do relógio e provocam o envelhecimento precoce da pele. Além disso, poucas pessoas sabem que o aumento do peso corporal e dos níveis de açúcar no sangue também podem ajudar a pele a envelhecer antes do tempo.

Fisiologicamente, o envelhecimento está associado à perda de tecido fibroso, à taxa mais lenta de renovação celular, e à redução da rede vascular e glandular. A função de barreira que mantém a hidratação celular também fica prejudicada. Dependendo da genética e do estilo de vida, as funções fisiológicas normais da pele podem diminuir em 50% até meia-idade.

TIPOS DE ENVELHECIMENTO

Envelhecimento cutâneo intrínseco ou cronológico

É o envelhecimento decorrente da passagem do tempo, determinado principalmente por fatores genéticos, estado hormonal e reações metabólicas, como estresse oxidativo. Nele estão presentes os efeitos naturais da gravidade ao longo dos anos, como as linhas de expressão, a diminuição da espessura da pele e o ressecamento cutâneo.
A pele tem efeitos degenerativos semelhantes aos observados em outros órgãos, mas reflete também certos aspectos da nossa saúde interior, como:

Envelhecimento extrínseco da pele

É o envelhecimento provocado pela exposição ao sol e outros fatores ambientais. Um dos agentes mais importantes é a radiação solar ultravioleta. As toxinas com as quais entramos em contato, como tabaco, álcool, poluição, entre outros também ajudam no processo de envelhecimento da pele, e dependendo do grau de exposição aceleram-no.

Fatores que aceleram o envelhecimento:

– Radiação solar: atua na pele causando queimaduras, envelhecimento precoce e aparecimento dos cânceres da pele. Várias alterações de pigmentação da pele são provocadas pela exposição solar, como as manchas, pintas e sardas. A pele fotoenvelhecida é mais espessa, por vezes amarelada, áspera e manchada.
– Cigarro: fumantes possuem marcas acentuadas de envelhecimento na pele. O calor da chama e o contato da fumaça com a pele provocam o envelhecimento e a perda de elasticidade cutânea. Além disso, o fumo reduz o fluxo sanguíneo da pele, dificultando a oxigenação dos tecidos.

– Álcool: Altera a produção de enzimas e estimula a formação de radicais livres, que causam o envelhecimento.

– Movimentos musculares: movimentos repetitivos e contínuos de alguns músculos da face aprofundam as rugas, causando as chamadas marcas de expressão, como as rugas ao redor dos olhos.
– Radicais livres: são uns dos maiores causadores do envelhecimento cutâneo. Os radicais livres se formam dentro das células pela exposição aos raios ultravioleta, pela poluição, estresse, fumo, etc. Acredita-se que os radicais livres provocam um estresse oxidativo celular, causando a degradação do colágeno (substância que dá sustentação à pele) e a acumulação de elastina, que é uma característica da pele fotoenvelhecida.
– Bronzeamento artificial: a Sociedade Brasileira de Dermatologia condena formalmente o bronzeamento artificial que pode causar o envelhecimento precoce da pele (rugas e manchas) e formação de câncer da pele. A realização desse procedimento por motivações estéticas é proibida no Brasil desde 2009.
– Alimentação: uma dieta não balanceada contribui para o envelhecimento da pele.

Escabiose (Sarna)

É uma parasitose humana causada por um ácaro. O contágio se dá somente entre humanos, por contato direto com pessoa ou roupas e outros objetos contaminados. O contato deve ser prolongado para que ocorra a contaminação.

As manifestações clínicas são decorrentes da ação direta do ácaro, quando este se movimenta na pele. E, também, em grande parte pela hipersensibilidade desenvolvida pelo paciente contaminado. O principal sintoma da escabiose é a coceira ou prurido, que é sentido principalmente à noite. As principais lesões na pele são os túneis e, nas suas extremidades, pequenas vesículas. Estas lesões aparecem principalmente entre os dedos das mãos, nas axilas, na parte do punho que segue a palma da mão, auréolas e genitais.

O tratamento é feito com medicações orais ou tópicas.

Estrias

Estria são cicatrizes atróficas adquiridas  quando as fibras elásticas e colágenas (responsáveis pela firmeza da pele) se rompem. Formam-se, normalmente, quando há aumento do volume corpóreo por causa de gravidez, aumento de peso, colocação de prótese mamária, uso de anabolizantes; ou por fatores hormonais como o uso de estrógeno e hormônios adrenocorticais. O uso prolongado de tratamentos com corticóides também podem desencadear estrias.

As linhas quando recentes são de cor rósea ou arroxeada e as antigas ficam esbranquiçadas.

Em mulheres é mais comum encontrar estrias nos flancos, coxas, glúteos, abdômen e nos seios. Acontece muito quando a mulher entra na puberdade, cresce muito rápido, ou ganha peso em um curto espaço de tempo. Na fase adulta, durante a gravidez podem aparecer estrias no abdômen e nos seios. Já em homens é mais comum nos ombros, braços e costas. Os que se submetem a musculação excessiva ou abusam de anabolizantes são os mais propensos. Em homens o ganho de peso e o crescimento abrupto também são causas de estrias.

A eficácia do tratamento irá depender da fase da estria, o local em que ela se encontra e sua espessura. É importante lembrar que não há cura total, mas há significativa melhora em sua aparência. A genética do paciente, a raça, a idade e a produção de colágeno individual são fatores que também influenciam no sucesso do tratamento.
Além disso, quanto mais cedo iniciar-se o tratamento, maiores as chances de que os resultados sejam positivos. Há vários tipos de tratamento, desde cremes tópicos, aplicação de ácidos, lasers e peelings.

Foliculite

Foliculite ocorre quando há infecção dos folículos pilosos, causada por bactérias. Pode ser superficial ou profunda. No primeiro caso, afeta apenas a parte superior do folículo piloso causando pequenas espinhas vermelhas, com ou sem pus; a pele pode ficar avermelhada e inflamada; causa coceira e sensibilidade na região. Quando a inflamação atinge áreas mais profundas da pele, pode haver a formação de furúnculos com lesões elevadas com pus amarelado no meio e muito dolorosas.

Hanseníase

A hanseníase, também conhecida como lepra, é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae.

A transmissão ocorre contato íntimo e prolongado com o doente não tratado. Apesar de ser uma doença da pele, é transmitida através de gotículas que saem do nariz ou  da saliva do paciente. Não há transmissão pelo contato com a pele do paciente.

A hanseníase acomete primeiro a pele e os nervos periféricos, e pode atingir também os olhos e os tecidos do interior do nariz.

O primeiro e principal sintoma são o aparecimento de manchas de cor parda, ou eritematosas, que são pouco visíveis e com limites imprecisos.

Nas áreas afetadas pela hanseníase, o paciente apresenta perda de sensibilidade térmica, perda de pelos e ausência de transpiração. Quando lesiona o nervo da região em que se manifestou a doença, causa dormência e perda de tônus muscular na área.

Podem aparecer caroços e/ou inchaços nas partes mais frias do corpo, como orelhas, mãos e cotovelos; e pode haver alteração na musculatura esquelética causando deformidades nos membros.

É importante lembrar que a hanseníase é uma doença totalmente curável, e não há motivo para preconceito. É importante ficar atento aos sinais e procurar o dermatologista, ele prescreverá o tratamento adequado.

O Tratamento é gratuito e fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Herpes (labial, genital e zoster)

Herpes é uma doença causada por dois tipos de vírus: o Vírus Varicela-Zóster (VVZ), que causa catapora (varicela) e também o popularmente conhecido cobreiro (herpes zóster) e os herpesvírus tipo 1 e tipo 2, que causam o chamado herpes simples.

O herpes simples é uma infecção viral comum, para a qual 99% da população adulta já adquiriu imunidade na infância.

O herpesvírus tipo 1 causa infecção nos lábios e dentro da boca enquanto o herpesvírus 2, em geral, determina lesões nos genitais. A infecção pelo herpesvírus 1 e/ou 2 pode ser recorrente surgindo durante episódios de queda da imunidade por causas variadas.

O vírus varicela-zoster provoca a catapora ou varicela. Uma vez exposta à doença, a pessoa fica imune pelo resto da vida. Apesar disso, o vírus fica latente (dormente) no organismo, em gânglios nervosos próximos à coluna vertebral. O vírus se aproveita de períodos de queda da imunidade e reativa,  causando assim,  o herpes zoster que manifesta na pele no trajeto do nervo inflamado pelo vírus ( muito comum no tronco).

O herpes possui um quadro clínico geralmente típico, de bolhas pequenas agrupadas em região de pele vermelha, associada à sensação de dor, queimação e aumento da sensibilidade local.

O tratamento é individualizado e só o médico poderá indicar qual o melhor para cada caso. Procurar o médico imediatamente quando surgirem os primeiros sintomas é essencial para o diagnóstico e tratamento adequados.

Hiperhidrose

É uma condição que provoca suor excessivo. A sudorese é uma condição normal do nosso corpo e ajuda a manter a temperatura. É normal suar quando está calor, ou durante a prática de atividade físicas, ou em certas situações específicas, como momentos de raiva, nervosismo ou medo.

Diferentes regiões do corpo podem ser acometidas pela hiperidrose: axilas, palma das mãos, rosto, cabeça, sola dos pés e virilha.
Quando há transpiração extrema, esta pode ser embaraçosa, desconfortável, indutora de ansiedade e se tornar incapacitante. Pode perturbar todos os aspectos da vida de uma pessoa, desde a escolha da carreira e atividades recreativas até 

relacionamentos, bem-estar emocional e autoimagem.

O teste de amido-iodo é feito para descobrir o tamanho da hiperidrose. Consiste em uma aplicação de uma solução de iodo para a área suada e, após secagem, o amido é aspergido sobre a zona. A combinação amido e iodo com o suor deixa a região cor azul escuro.

Veja alguns tratamentos disponíveis e que podem ser prescritos por um dermatologista.
– Antitranspirantes

– Medicamentos: drogas anticolinérgicas ajudam a impedir a estimulação das glândulas sudoríparas.

–– Toxina botulínica tipo A: A toxina botulínica purificada pode ser injetada na axila, nas mãos ou nos pés para bloquear temporariamente os nervos que estimulam a sudorese.
– Simpatectomia: em casos graves ou que o tratamento clínico não é eficaz pode-se recomendar um procedimento cirúrgico.

Melasma (manchas de pele)

Manchas escuras na pele do rosto e casos mais raros pode acometer também braços, pescoço e colo. Afeta mais frequentemente as mulheres, podendo ser vista também em homens. Não há uma causa definida, mas muitas vezes esta condição está relacionada ao uso de anticoncepcionais femininos, à gravidez e, principalmente, à exposição solar. 

O fator desencadeante é a exposição à luz ultravioleta e, até mesmo, à luz visível. Além dos fatores hormonais e da exposição aos raios solares, a predisposição genética também influencia no surgimento desta condição.

As terapias disponíveis são o uso de medicamentos tópicos e procedimentos para o clareamento (peelings químicos, microagulhamento, microinjeção de medicamentos por agulhas, laser). É importante que o tratamento do melasma seja um conjunto de medidas para clarear, estabilizar e impedir que o pigmento volte.

Micoses

Micoses são infecções causadas por fungos que atingem a pele, as unhas e os cabelos. São exemplos de micoses superficiais a pitiríase vesicolor, as tineas ( micose de corpo, couro cabeludo, virilha, pés), a candidíase e as micoses de unhas.

Pitiríase versicolor ou Pano branco:  manchas brancas, vermelhas ou acastanhadas, com descamação superficial. Normalmente surgem na parte superior dos braços, tronco, pescoço e rosto.

Tineas: Impinge é o termo popular. Podem ocorrer em qualquer local da pele como mãos, pés, corpo, face, virilha e couro cabeludo (este último mais comum em crianças). Surgem manchas vermelhas de superfície escamosa, crescem de dentro para fora, com bordas bem delimitadas, apresentando pequenas bolhas e crostas. O principal sintoma é coceira.

Candidíase: pode se manifestar de diversas formas, como placas esbranquiçadas na mucosa oral, comum em recém-nascidos (“sapinho”); lesões fissuradas no canto da boca (queilite angular) mais comum no idoso; placas vermelhas e fissuras localizadas nas dobras naturais (inframamária, axilar e inguinal), ou envolver a região genital feminina  ou masculina provocando coceira, manchas vermelhas e secreção vaginal esbranquiçada.

Onicomicoses: geralmente a unha se descola do leito e se torna mais espessa. Pode também haver mudança na coloração e na forma.

Nevos (pintas ou sinais)

Nevos melanocíticos são pequenas manchas marrons regulares na pele, salientes ou não. São popularmente conhecidos por pintas e sinais. A maioria das pintas surge em decorrência da genética e da exposição solar e possui um formato regular. Já os nevos atípicos (ou displásicos) são nevos não usuais, maiores, podendo ser irregulares no formato e possuir vários tons.

A dermatoscopia é extremamente útil na avaliação de pacientes com muitos nevos. 

É uma forma de se examinar as características dos sinais, pois amplia a imagem e permite a visualização de estruturas internas e de cores invisíveis a olho nu. Dessa forma, um dermatologista pode identificar lesões que levantem dúvidas, mesmo que ainda muito pequenas, e diferenciar com maior precisão lesões suspeitas de lesões benignas. Para pacientes com múltiplos nevos existe a monitorização digital com mapeamento corporal e dermatoscopia digital.

A maioria dos nevos melanocíticos não necessita tratamento. Quando existe dúvida se a pinta é um nevo atípico ou um melanoma inicial, deve ser realizada a remoção da mesma para biópsia e confirmação diagnóstica.

Psoríase

A psoríase é uma doença da pele relativamente comum, crônica e não contagiosa. É uma doença cíclica, ou seja, apresenta sintomas que desaparecem e reaparecem periodicamente. Sua causa é desconhecida, mas sabe-se que pode ter causas relacionadas ao sistema imunológico, às interações com o meio ambiente e à suscetibilidade genética.

Os sintomas da psoríase variam:

– manchas vermelhas com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas em cotovelos/joelhos ou espalhadas por todo corpo dependendo da gravidade;

– pele ressecada e rachada, às vezes, com sangramento;

– unhas grossas, com manchas amareladas ou furinhos;

– inchaço e rigidez nas articulações;

-caspa grossa e bem aderida no couro cabeludo;

O tratamento da psoríase é essencial para manter uma qualidade de vida satisfatória. Nos casos leves, hidratar a pele, aplicar medicamentos tópicos apenas na região das lesões e exposição diária ao sol são suficientes para melhorar o quadro clínico e promover o desaparecimento dos sintomas.
Nos casos moderados, quando apenas as medidas acima não melhorarem os sintomas, o tratamento com exposição à luz ultravioleta (fototerapia), faz-se necessário. Já em casos graves, é necessário iniciar tratamentos com medicação via oral ou injetáveis.

Rosácea

Rosácea é uma doença comum que causa vermelhidão e nas crises lesões semelhantes a espinhas. Inicia com episódios de vermelhidão no rosto à vários estímulos (frio, calor, banho quente, bebida alcóolica…) podendo progredir para uma vermelhidão persistente no centro da face que envolve gradualmente bochechas, testa, queixo e nariz. Olhos, orelhas, tórax e dorso podem também ser afetados. Com o tempo, pequenos vasos de sangue e pequenas espinhas começam a aparecer com uma margem avermelhada, entretanto, diferente da acne, não cravos. Em alguns casos pode ocorrer o rinofima quando as glândulas sebáceas aumentam  causando um espessamento do nariz.

Urticária

Urticária são lesões vermelhas e inchadas, como vergões, que aparecem na pele rapidamente e coçam muito. Elas podem ser pequenas, isoladas ou se juntar e formar grandes placas vermelhas, com desenhos e formas variadas, sempre acompanhado de coceira. Pode aparecer em qualquer área do corpo. Normalmente as lesões mudam de lugar e algumas vão sumindo e outras aparecendo. 

Cada lesão que aparece dura menos de 24 horas e some completamente, sem deixar marcas. A coceira costuma ser muito intensa e atrapalha a vida, o trabalho e o sono.

Pode ocorrer inchaço (edema) nos lábios, pálpebras, língua, garganta, genitais, chamado de angioedema, que, assim como a urticária, regride e some sem deixar marcas. O angioedema pode ser acompanhado, ou não, de falta de ar ou dor para engolir. Essa forma mais grave pode levar ao risco de vida.

Algumas causas comuns que desencadeiam a urticária são medicamentos, alimentos, infecções, estímulos físicos (calor, sol, frio, fricção e vibração), picada de insetos, doenças sistêmica e em muitas vezes, a causa não é determinada.

O principal tratamento da urticária é descobrir e afastar a causa quando possível.

Medicações do tipo antialérgicos são indicados como primeira opção para o tratamento da urticária. Outras medicações como corticoides  e imunossupressores também podem ser utilizados, de acordo com a avaliação médica.

Casos graves de angioedema ou anafilaxia devem ser levados ao serviço de emergência.

Verrugas

Verrugas são proliferações benignas da pele causadas por vírus HPV.
A transmissão do HPV ocorre por contato direto com pessoas e/ou objetos infectados. Pequenas feridas  são necessárias para inoculação do HPV, motivo pelo qual as verrugas são mais comuns em áreas de traumas.

O aspecto da verruga varia de acordo com o local acometido.

Costumam se apresentar como lesões ásperas, endurecidas, da cor da pele ou amareladas com alguns pontos pretos visíveis na superfície. As lesões podem se apresentar de 

diferentes formas: verruga vulgar, filiformes, planas, planta do pé e genitais. As verrugas podem desaparecer espontaneamente (principalmente em crianças), entretanto, por causa do risco de disseminação do vírus para outras pessoas e o surgimento de novas lesões no próprio indivíduo seu tratamento é recomendado. Existem diferentes modalidades terapêuticas que levam a destruição ou remoção das lesões.

Vitiligo

O vitiligo é uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele. As lesões formam-se devido à diminuição ou ausência de melanócitos (as células responsáveis pela formação da melanina, pigmento que dá cor à pele) nos locais afetados. As causas da doença ainda não estão claramente estabelecidas, mas fenômenos autoimunes parecem estar associados ao vitiligo. Além disso, alterações ou traumas emocionais podem estar entre os fatores que desencadeiam ou agravam a doença.

A doença é caracterizada por manchas brancas na pele que não causam sintomas. Importante: o vitiligo não é contagioso e não traz prejuízos a saúde física mas pode causar impacto na qualidade de vida e na autoestima do paciente.

diferentes formas: verruga vulgar, filiformes, planas, planta do pé e genitais. As verrugas podem desaparecer espontaneamente (principalmente em crianças), entretanto, por causa do risco de disseminação do vírus para outras pessoas e o surgimento de novas lesões no próprio indivíduo seu tratamento é recomendado. Existem diferentes modalidades terapêuticas que levam a destruição ou remoção das lesões.